Quando estamos fazendo nosso trabalho do dia a dia, não importa onde você trabalhe, estamos apenas demonstrando a nós mesmos uma parcela do nosso conhecimento como profissionais. Não importa se você é um designer, um programador, um ilustrador ou qualquer outra coisa, repetir muito tempo a mesma atividade pode se tornar um bloqueio criativo para suas ideias.
Então que tal começar a fazer alguma coisa para você mesmo? Ou melhor, que tal começar a fazer algo para as pessoas? Muitos de nós não temos vontade de começar um empreendimento por causa dos riscos, mas na verdade isso é um grande preconceito, ninguém disse que você precisa largar tudo para virar empreendedor. Claro que muita gente faz isso, mas certamente elas têm ideia de onde estão se metendo (ou melhor ainda, não têm).
Só para deixar claro, segundo o dicionário Michaelis empreendedor é: Aquele que se aventura à realização de coisas difíceis ou fora do comum; ativo, arrojado.
Onde quero chegar
Pretendo encorajá-los a produzir coisas do seu jeito, trabalhar para si mesmo, se dar ao luxo de realizar as próprias vontades no seu tempo livre, sem a necessidade de largar tudo para “empreender”. Se tudo der certo isso pode ser muito bom, tanto financeiramente quanto emocionalmente.
Onde quero que vocês cheguem
Daqui alguns meses espero que olhem para trás e pensem no quanto aprenderam e evoluíram profissionalmente, emocionalmente e até espiritualmente (interprete como preferir, desde que seja bom). Então vamos direto ao ponto.
Como ser o próprio chefe
Isso é bem simples, provavelmente você, como profissional criativo, tem muitas ideias a respeito de coisas que gostaria de fazer, mas talvez nunca tenha parado para, de fato, analisar o quão possíveis são essas ideias. Sabe aquela hora no chuveiro em que você é atingido por um estalo genial? Bom, talvez se você tivesse dado atenção ao que ele era poderia ter mudado o mundo. Não o planeta inteiro, mas o mundo particular de um grupo de pessoas, com certeza.
“Eu quero trabalhar em uma empresa que contribua e seja parte da comunidade. Eu não quero algo apenas para investir. Quero algo em que eu possa acreditar.” — Anita Roddick, The Body Shop
Primeiro passo: A ideia
Se possível, pense agora em uma dessas ideias, algo que você ache útil para você, algo que você ache útil para as pessoas. Algo que alguém ainda não fez, ou que não fez tão bem quanto você acha que poderia ter feito. Se conseguiu pensar em algo, ótimo, se não, espere até ter uma ideia, mas leia tudo e saberá o que fazer quando a ideia chegar.
Segundo passo: O plano
Agora eu quero que você escreva num papel todas as formas possíveis e recursos necessários para executar essa ideia, não importa se é absurdo ou não, é só um pequeno exercício para provar a si mesmo que suas ideias não são tão malucas assim, na verdade elas começarão a ficar mais concretas a partir de agora.
Terceiro passo: O problema
Provavelmente sua ideia resolve um problema, tudo é um problema. Aquele quadro torto na parede, aquela embalagem de tesoura que precisa de uma tesoura pra abrir, aquela decoração mal feita na sala de estar, enfim, tudo! Pense qual é o problema que você está resolvendo e procure saber quem mais sofre com esse problema. Se descobrir que um bom número de pessoas (50 já está ótimo, é sua primeira ideia!) também precisa dessa solução, então você já tem um público, hora de ir ao próximo passo.
Quarto passo: A execução
Hora de colocar o plano em ação. Fazer esboços, artes, procurar referências, montar wireframes, mockups e todo esse tipo de coisa. É agora que você descobre o seu real potencial e tudo que você realmente é capaz de fazer. Quando você trabalha sozinho ou em pequenos grupos para executar uma ideia você não tem RH, não tem equipe de marketing, não tem equipe de criação, diretor, presidente executivo, equipe de vendas, nada. É você, seu talento, sua sorte, seus contatos e mais nada.
A descoberta
Isso quer dizer que, até agora, você foi responsável por ter a ideia, pensar em um plano para torná-la possível, encontrar pessoas que possam “comprá-la” e pensar em como executá-la. pode parecer pouco mas já é bem mais do que você deve estar acostumado a fazer no seu trabalho. Nesse meio tempo você teve que pensar como integrante de várias equipes.
A surpresa é que muitos, durante o expediente, teriam dito “eu não sou pago pra fazer isso” na hora de fazer qualquer um dos passos anteriores, essa frase é muito perigosa! Afinal não sabemos o que estamos perdendo quando nos limitamos dessa forma. Mas você não pensou nessa frase, afinal você não estava sendo pago pra nada disso, mas teve a oportunidade de criar algo seu, para você e descobriu que serve para outras pessoas também.
Agora vamos ficar ricos
Você já deve estar feliz, afinal conseguiu finalmente passar para o papel de forma decente uma ideia SUA, é um projeto seu, se dê o direito de se sentir orgulhoso por isso. Você chegou muito longe. Nem todas suas ideias darão dinheiro, mas todas as ideias que hoje dão dinheiro começaram mais ou menos assim, como eu lhes expliquei nos passos anteriores.
Pessoas que tinham problemas, pessoas que tinham capacidade de pensar em como resolver esses problemas e, por fim, pessoas que decidiram tentar resolvê-los. Foi mais ou menos assim nasceu a marca innocent, comprada posteriormente pela Coca-Cola.
Não é toda ideia que vai virar um negócio mas não deixe de tentar seguir ou criar as suas próprias etapas com cada ideia boa que tiver, você nunca sabe se é a próxima que vai dar certo.
“Falhar é uma opção aqui. Se as coisas não estão dando errado, então você não está inovando o bastante.” — Elon Musk
Se necessário, procure pessoas que gostem da ideia e estejam a fim de ajudar. Se sua ideia for boa mesmo, as pessoas irão topar! Não importa o que seja, é hora de produzir inovação, é hora de resolver problemas e não de criar problemas para vender coisas que resolvam isso.
Não se esqueça, esse processo é um ciclo. Sinta-se bem fazendo aquilo que gosta e isso, certamente, deixará de ser uma atividade onde você conta os segundos para bater o ponto.