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Análise do “Antes Que Tu Conte Outra”, novo disco de inéditas do Apanhador Só.

Capa de “Antes Que Tu Conte Outra” (2013)

Os gaúchos do Apanhador Só lançaram recentemente seu segundo álbum de canções inéditas, intitulado “Antes Que Tu Conte Outra”, e eu, como fã e blogueiro, não poderia deixar de expor minhas impressões sobre esse aguardado disco. Vale ressaltar que a banda gravou o disco graças a contribuição dos fãs, que, juntos, por meio de crowdfunding organizado pela banda no site Catarse conseguiu arrecadar R$ 55 Mil.

Pra quem não conhece, o Apanhador Só é formado por Alexandre Kumpinski, Felipe Zancanaro, Fernão Agra e Martin Estevez, Lançou o primeiro álbum – que levou o nome da banda – em 2010, mas a estréia foi em 2006, com o EP “Embrulho pra Levar”. 


Após a repercussão positiva do primeiro álbum, a banda produziu o criativo “Acústico-Sucateiro” em 2011. O repertório era basicamente o mesmo do primeiro disco, porém, era tocado com instrumentos acústicos e “sucatas”, como talheres, raladores de queijo e gaiolas. Não bastasse tal ousadia, a banda ainda lançou o disco em fita-cassete.


Em 2012 a banda lançou o EP “Paraquedas”, com duas músicas inéditas. E, por fim, chegamos ao “Antes Que Tu Conte Outra”. Agora, vamos ao que interessa!


O novo disco pode decepcionar um pouco os fãs da banda que esperavam um álbum muito similar ao primeiro. Segundo os próprios músicos, esse novo disco é mais “transgressivo”. Mas também engana-se que acha que o álbum é ruim. Pelo contrário: sentimos um som com mais pegada, mais guitarras, letras mais ousadas e coros para cantar em voz alta.

Contra-capa do disco.


A banda não renega suas experiências e adiciona “sucatas” na faixa 9, “Nado”. Podemos ouvir nesta canção curiosos sons de sineta, carrinho de mão, interferência de celular, campainha, freada de bicicleta, fósforo acendendo e chaleira com água, entre outros.

Os caras não se intimidaram e ousaram também na letra da faixa 5, “Líquido Preto”, que começa com os versos “pau no c* de quem não quer / dividir esse refri com a minha mulher /que não consegue beber uma garrafa inteira sozinha / e quer evitar o desperdício desse líquido preto / preto e docinho /docinho e cheio/ 
cheio de gás”. Em seguida, a letra descontrai: “que é uma delícia / te deixa gorda / ninguém sabe a fórmula / mas tem muito sódio/ e cura a ressaca”. Essa canção começa com uma levadinha romântica, mas cresce muito e pra mim é uma das melhores do álbum. Algumas sucatas também estão nessa música.

“Torcicolo”, faixa 8 do disco, já era conhecida dos fãs mas ganhou uma melodia bem mais acelerada e pegada durante quase toda a canção. Merece destaque esta nova leitura que conseguiu deixar a música ainda melhor. Por acaso, já sabem que refri é esse ?


A primeira música de trabalho do disco é “Despirocar”, faixa 4 do álbum, que traz um som bem diferente do qual estamos habituados a ouvir. O clipe oficial já foi lançado e está abaixo:

Uma das músicas mais fortes do disco é a faixa 6, “Não Se Precipite”, que apresenta várias nuances: ora suave com voz e violão, ora pesada com uma potente bateria e riffs marcantes. A letra é um espetáculo à parte: “Então me conta o que incomoda / que eu te conto o que incomoda / e assim, desse jeito, vamo acertar / a rima, a métrica, a lógica, a tônica / o alvo, o compasso, a cadência harmônica / entre nós, entre eu e tu, entre nós / entre eu e tu e nós”.


O disco encerra com “Cartão-Postal”, uma música com um som muito característico do primeiro álbum, que lembra muito a música “Bem-Me-Leve”, uma das mais conhecidas da banda. Nesta faixa, além do suave violão, temos ainda Ukulele e Escaleta, que dão o clima da faixa. Até a letra lembra, bem de longe, a canção do primeiro disco: “Comprei uma asa-delta pra tentar um vôo / tentei, não consegui, mas vou tentar de novo / problema é que não sei como subir no morro / e é preciso tá no alto pra se atirar / não achei nenhum caminho, mas (tá escrito) eu vou tentar de novo “. Para refrescar a memória, a letra de “Bem-Me-Leve” dizia “eu queria ser um avião bem leve / pra sobrevoar o teu terraço / e tapar teu sol / fazer tu perceber / que sem eu aí não tem / ninguém pra te aquecer”.


Completam o disco as mais “transgressivas” “Mordido”, “Lá em Casa Tá Pegando Fogo”, “Rota” e “Reinação”, além das “menos transgressivas” “Vitta, Ian, Cassales” e “Por Trás”, totalizando assim, 12 canções.

Vocês podem ouvir todas as músicas abaixo:

Quem quiser fazer o download do álbum e/ou dos outros discos da banca, eles podem ser baixados gratuitamente no site da banda.

Junto com as músicas, vem todo o material da gráfico da banda, que, diga-se de passagem, é muito bonito e bem feito.

O que temos em “Antes Que Tu Conte Outra”, é uma banda que amadureceu musicalmente, que soube usar de recursos que deram certo ao mesmo tempo em que fizeram novas apostas. Vale a pena o download! Recomendadíssimo!

O que vocês acharam?? Comentem!

Postado por

Rennam Virginio

Nascido em Guarabira/PB, é graduando em Mídias Digitais pela Universidade Federal da Paraíba e um dos fundadores do MidiaDrops. Como pesquisador da Iniciação Científica, já estudou sobre webjornalismo e atualmente se dedica à pesquisa acadêmica e à produção de livros digitais. Nas (poucas) horas vagas gosta de ler e praticar a arte violeira.

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Surreal

                 É comum alguém esbarrar numa ideia e executá-la impulsivamente. Bons projetos surgem assim. Mas quando a ideia é nem um pouco harmônica com a realidade, beira a loucura e, mesmo assim, é posta em prática…Uns a acharão insana, outros darão apoio. Só resta ao visionário discernir quem ouvir: o exterior ou sua própria mente. “O Abrigo (Take Shelter)” coloca não só as personagens numa avalanche de tensões, como também o dono dos olhos que o assistem.              
A vida de Curtis é simples, sem grandes arranjos e admirada pela vizinhança da pequena cidade onde vive. Casado com Samantha, uma dona de casa clássica, e bem empregado, apesar dos tempos de crise financeira, sua única dificuldade é educar a filha Hannah. Mas tudo começa a mudar quando Curtis passa a ter pesadelos, que mudam seu comportamento e o levam a investir no abrigo de tempestade no quintal de casa. Além dos estranhos pesadelos, surgem alucinações geradoras de uma preocupação: ele teme ter o mesmo problema psicológico de sua mãe. O problema é se os pesadelos são visões do futuro ou pura loucura de uma mente perturbada.              
Escrito e dirigido por Jeff Nichols, o filme flui sobre essa dúvida e exalta a simplicidade com planos de tirar o fôlego – muita grama verde e céu azul, sem contar o som do vento nas árvores sob efeito também da trilha sonora, elevando a cena até um clima de que algo ruim está para acontecer; cenas de tensão presentes do começo ao fim. E como você fica? Apreensivo do começo ao fim! É belíssimo apreciar o voo dos pássaros, os raios dançando na escuridão; impressionante como uma produção tão simples pode ser tão impactante.                Para Curtis, os pesadelos não são meros efeitos do sono; há neles uma sensação de verdade defendida e temida por ele. Notícias trágicas também contribuem para aumentar a preocupação sobre uma sonhada tempestade. E, assim, ele trama planos, escondidos da esposa, para o abrigo, o lugar onde ficará seguro, e, em paralelo, vai ao psicólogo, pretendendo tratar seu possível problema mental. Michael Shannon realiza uma atuação louvável – a cena dele abrindo a porta do abrigo, o contraste, a luz, a postura… Um trabalho maravilhoso. Jessica Chastain faz mais uma vez uma ótima performance e vai ganhando destaque gradativamente – linda!            
 É estranho refletir o quão louca a pessoa pode parecer em determinadas situações. Na trama há uma leve lembrança de “Cisne Negro” – tive um choque semelhante ao ver Natalie Portman bailarina -,  mas aqui os conflitos, as circunstâncias são diferentes, claro. “O Abrigo” ondula entre ser mais um drama e uma obra com contornos fictícios. O final é fascinante, de deixar boquiaberto. Corra para o seu abrigo para apreciar este.

Postagem via muitoalemdofim

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Top10 – Cenas marcantes do cinema

Às vezes basta uma música, um olhar ou gesto para tornar uma cena inesquecível. Muitas delas já fazem parte do imagético popular, é verdade; impossível não imitar o Jack na proa de um navio ou associar banho e assassinato com a famosa cena do chuveiro de Psicose. Pensando nisso o MD separou para vocês 10 cenas marcantes do cinema. Confira abaixo:



10 – Um lugar chamado Notting Hill (1998) 

Don’t forget I’m also just a girl, standing in front of a boy, asking him to love her.


Hugh Grant, a.k.a. rei das comédias românticas britânicas, é o desajeitado e charmoso Will. Ele mora no bairro londrino Notting Hill e leva sua vida dividindo um apartamento com seu hilário amigo Spike enquanto trabalha numa loja de livros do bairro. Julia Robert é Anna, uma famosa atriz americana que se encontra em Londres para as filmagens de seu novo filme. Will então esbarra sem querer em Anna no meio da rua e aí já viu! Okay, é uma comédia romântica, mas com aquele charme e humor britânico bem característicos.


9 – As vantagens de ser invisível (2012)

I feel infinite

Sabe aqueles filmes adolescentes que simplesmente são um retrato da juventude e traduzem seus anseios e sentimentos? As Vantagens de ser invisível já nasceu cult e configura nesse hall ao lado de grandes outros como Sociedade dos Poetas Mortos e O clube dos cinco. O responsável pela adaptação e direção do filme foi o estreante Stephen Chobosky, também autor do livro de mesmo nome. Ah, e a música é Heroes, de David Bowie. Agora só falta um túnel e um carro!

 

8 – Encontros e desencontros (2003)


Bob Harris (Bill Murray) e Charlotte (Scarlet Johansson) se conhecem em um hotel no Japão. Sendo eles falantes nativos da língua inglesa, eles naturalmente se identificam em meio à um mundo estranho. Passam muito tempo juntos nos próximos dias tentado se divertir mesmo que em meio à sua solidão. Segundo longa da Sofia Coppola, e um dos melhores. O que Bob diz para Charlotte no fim do filme ainda permanece um mistério. E talvez seja melhor assim, cabe à nós decidir o final que queremos.



7 – Pequena Miss Sunshine (2006)

Olive (Abigail Breslin) é uma garotinha que sonha em ser a Pequena Miss Sunshine, título de concurso de beleza para crianças. Sua determinação é tão grande que ela arrasta toda sua família em uma kombi numa travessia pelo país até a Califórnia. Eles finalmente chegam ao concurso – após muitos contratempos, claro – e Olive precisa dançar na frente dos jurados a coreografia que seu avô criou. 

A cena mais hilária e sincera do longa, impossível não lembrar dos passos e do momento de maior união da família durante o filme.




6 – Edward mãos de tesouras (1990)

A história de homem inacabado, com tesouras no lugar das mãos, sua descoberta do mundo e de sua paixão pela jovem Kim (Winona Ryder). O filme foi essencial para que a carreira de Depp decolasse e ele passasse a ser visto como ator sério. Inesquecíveis as plantas ‘esculpidas’, os cenários esquisitos, cortes de cabelo engraçados e a trilha sonora encantadora. Obra prima de Tim Burton, e o trio Burton-Depp-Elfman em sua melhor forma!


5 – Rei Leão (1994)

Nants ingonyama bagithi Baba Sithi uhm ingonyama.

O VHS mais vendido da história foi inspirado em Hamlet, de Shakespeare  e na mitologia do Egito antigo. A cena abaixo, onde o pequeno Simba recebe a benção de Rakifi é uma das mais relembradas de toda animação. 



4 – O iluminado (1980)

Here is Johnny!

Jack Torrance (Jack Nicholson) é contratado como vigia de um hotel em Colorado, onde deve ficar durante todo o inverno com sua esposa e filho. O isolamento prolongado, porém, causa sérios danos mentais a Jack, que se torna agressivo, e provoca em seu filho visões de acontecimentos passados do hotel. Dirigido por Stanley Kubrick e baseado no livro de mesmo nome de Stephen King. 



3 – Taxi Driver (1976)

You talkin’ to me?

Travis talks to himself in the mirror era o que tinha escrito no roteiro de Taxi Driver, de Martin Scorsese. E tudo o que vemos na cena mais famosa do longa foi improvisada no primeiro take por Robert De Niro. Já Scorsese diz que De Niro se inspirou na cena de Marlon Brandon em frente ao espelho em Os pecados de todos nós. O filme é hoje considerado um dos mais importantes filmes norte americanos e se destaca pelo forte realismo e grande performances de De Niro e de Jodie Foster, em seu primeiro papel.





2 – Casablanca (1942)

Here’s looking at you kid

Toque outra vez, Sam, Nós sempre teremos Paris, O mundo está desmoronando e nós nos apaixonamos. São muitas as falas que são lembradas da história de amor mais famosa do cinema. Mas é essa última cena que sempre vem à cabeça quando se fala de Casablanca, considerado um dos maiores filmes do cinema americano e vencedor de vários Oscars. Rick Blaine (Humphrey Bogart) encontra refúgio na cidade de Casablaca durante a segunda guerra mundial, onde reencontra uma grande paixão do passado, Ilsa (Ingrid Bergman). O casal tem a chance de ficar junto mais uma vez, mas as circunstâncias agora são outras; Ilsa se encontra noiva e Rick, refugiado.
Conta-se que a fala Here’s looking at you kid foi improvisada por Bogart durante as filmagens. Nos bastidores, ele e Bergman estavam sempre jogando poker, e era isso que Bogart lhe costumava dizer. 


1 – Batman – O cavaleiro das trevas (2008)

Why so serious?

Há quem diga que uma boa história precisa de um grande vilão. E o que seria de O cavaleiro das trevassem o coringa, essa verdadeira personificação do caos? Em preparação para seu papel, Heath Ledger se isolou em um quarto de hotel por dois meses. Durante esse tempo, o ator se dedicou a criar cada tic e trejeito do personagem e seus aspectos psicológicos. Ledger se inspirou ainda em Sid Vicious e em Alex De Large, de Laranja Mecânica para compor seu personagem. O resultado a gente já sabe, dentro e fora das telas. O papel lhe rendeu um Oscar póstumo, o primeiro da história, uma dedicação nos créditos do filme e o primeiro lugar aqui em nosso primeiro top10!



Achou que ficou algum filme de fora? Discorda de algo que foi dito? Fale-nos o que achou. 🙂

Postado por

Minna Miná

Estudante de Comunicação em Mídias Digitais na UFPB e ilustradora, publico meus trabalhos na internet desde 2008 e encontrei no meio uma forma de obter retorno e conhecer novos artistas. Adoro filmes, leio sobre filmes, faço resenhas sobre filmes aqui no blog e nas horas vagas, adivinhem só, amo ir ao cinema.

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Fallen Art, o Curta



   Fallen Art é uma animação 3D que conta a tenebrosa história de um general e a sua coleção de fotos de soldados mortos. Com a aparente intenção de criar um stop motion com as imagens que coleciona, o general A demanda ao sargento AI que empurre os sargentos do quartel de um trampolim gigante para uma laje de concreto que fica metros abaixo. Após a morte de cada sargento, quadros individuais do filme são fotografados pelo Dr. Johann Friedriche e entregues ao general A. Auto-proclamado artista, ele une as imagens e, ao som de “Asfalt Tango”, música da banda romena Fanfare Ciocarlia, as projeta em sua parede e assiste com satisfação sua obra. Após o fim da reprodução, o general recupera o fôlego e ordena que joguem o próximo sargento de cima do trampolim, dando continuidade da sua arte. Um ponto bastante interessante do curta é que, apesar de possuir uma temática sombria e perversa, a maneira como a história é tratada se apresenta em algumas partes de forma cômica, e essa mistura de gêneros cria um diferencial para a forma como a narrativa é vista. A animação foi criada em 2004, possui seis minutos e foi dirigida e escrita pelo polonês Tomasz Bagiński, ilustrador, animador e diretor cinematográfico. Ficou curioso? Assista abaixo!

E então, curtiram? Comentem abaixo! 🙂

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Marina Lauritzen

Apaixonada por grandes centros, música francesa, paisagens urbanas, desenho e pintura em aquarela. Adoro ilustração e fotografia e vou estar sempre tentando apresentar novos artistas desse meio para vocês. Tenho 19 anos, sou graduanda do curso de Mídias Digitais da UFPB e espero poder sempre contribuir e enriquecer junto com toda a equipe o conteúdo do MidiaDrops.

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Super animação do grupo independente MESAI.

O YouTube é um lugar fantástico para descobrir coisas incríveis! Pois bem, hoje, enquanto fuçava o site, encontrei esta animação de altíssimo nível e resolvi compartilhar com vocês! A produção se chama “Alarm” e foi criada pela dupla Moo-hyun Jang e Jeong-woo Choo, da MESAI. A riqueza dos detalhes é impressionante! Confiram:

E aí, curtiram?!

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Rennam Virginio

Nascido em Guarabira/PB, é graduando em Mídias Digitais pela Universidade Federal da Paraíba e um dos fundadores do MidiaDrops. Como pesquisador da Iniciação Científica, já estudou sobre webjornalismo e atualmente se dedica à pesquisa acadêmica e à produção de livros digitais. Nas (poucas) horas vagas gosta de ler e praticar a arte violeira.