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Top 5: Filmes franceses

A França foi, depois dos EUA, o país que mais contribuiu para o desenvolvimento técnico e artístico do cinema. E, além disso, tem o mérito de possuir uma consistente produção de ótimos filmes comerciais e artísticos. Quando se fala de cinema francês, a primeira coisa que se pensa é da novelle vague, o cinema vanguardista que propiciou a criação de estilos e narrativas próprias que os identificam até hoje. São filmes como Jules e Jim – uma mulher para dois (François Truffaut, 1962), Acossado (Jean-Luc Godard,1960), Os incompreendidos (François Truffaut, 1959). Sem desmerecer os grandes nomes clássicos que influenciam a sétima arte até hoje, vamos nos limitar aos filmes franceses mais recentes e, talvez, os menos conhecidos.

5 – O pequeno Nicolau (Laurent Tirard, 2010)

Baseado no livro de histórias infantis mais conhecidas na França, Le petit Nicolas. Nicolau é um menino amado pelos pais e pelos amigos da escola. Um dia ele ouve a conversa de seus pais, descobre que sua mãe está grávida e que eles querem se livrar dele. O longa conseguiu capturar o verdadeiro espírito da infância de forma cômica e sensível. Faz lembrar o que é ser criança.

4 – Paris, te amo (Vários, 2006)

Filme coletivo, com 18 curtas de 5 minutos cada, todos com um tema em comum: o amor na cidade de Paris. Pode ser o amor pela cidade, o amor homosexual, maternal, não importa. A escolha ficou a cargo de cada diretor. São curtas para tudo que é gosto! Walter Salles (Central do Brasil, 1998), Joel e Ethan Cohen (Onde os fracos não tem vez, 2007), Alfonso Cuarón (Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban, 2004) e Gus Van Sant (Inquietos, 2011) são alguns dos diretores presentes. Cada curta se passa num cantinho diferente da cidade, é difícil escolher seu favorito.

3 – Persépolis (Marjane Satrapi, 2007)

Animação em preto e branco, indicada ao Oscar de melhor animação e adaptada de uma HQ cheia de estilo. Conta a história de uma menina iraniana que sonha em mudar o mundo, mas com o início da revolução islâmica, ela se vê obrigada a usar o véu e sente a necessidade de se tornar uma revolucionária. Bom para entender as condições das mulheres iranianas de uma forma reflexiva e até bem humorada.

https://www.youtube.com/watch?v=1yXyXvHbREk

2 – O escafandro e a borboleta (Julian Schnabel, 2007)

Baseado na história real do editor da revista Elle, Jean Dominique, que após um enfarto, sofre um tipo raro de paralisia, restando apenas o movimento dos seus olhos. Ele aprende a se comunicar piscando cada letra do alfabeto. É incrível o trabalho de edição e fotografia, a sensação é de estar vendo através dos olhos de Dominique, das suas memórias e imaginação. Indicado ao Oscar de melhor direção, edição, fotografia e roteiro.

1 – O fabuloso destino de Amelie Poulain (Jean-Pierre Jeunet, 2001)

A história de uma garota sensível e ingênua, Amelie Poulain, que decide ajudar as pessoas e acaba por descobrir o amor. Somos mergulhados nesse mundo maravilhoso da imaginação de Amelie, nos pequenos detalhes e prazeres da vida, nos personagens excêntricos e nas cores vivas da cidade. É, sobretudo, sobre o acaso, os detalhes e o encontro do amor. Indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, melhor roteiro original, melhor direção de arte, melhor fotografia e melhor som.

 

Postado por Minna Miná

Estudante de Comunicação em Mídias Digitais na UFPB e ilustradora, publico meus trabalhos na internet desde 2008 e encontrei no meio uma forma de obter retorno e conhecer novos artistas. Adoro filmes, leio sobre filmes, faço resenhas sobre filmes aqui no blog e nas horas vagas, adivinhem só, amo ir ao cinema.

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Avatar verde? Talvez os filmes piorem bem mais que isso!

Os Avatares verdes estão dominando as redes sociais. E eu não me refiro as criaturas criadas por James Cameron que habitam em Pandora. O que está acontecendo é mais um protesto no Facebook.
Depois de trocarem as fotos do perfil por desenhos animados ou fotos da infância para protestar contra o trabalho infantil, os usuários adotaram um quadrado verde em solidariedade aos artistas de efeitos visuais que estão perdendo seus empregos e vendo seus trabalhos cada vez mais desvalorizados no mercado cinematográfico.

Na noite do Oscar, por exemplo, o longa Life of Pi” foi o vencedor na categoriaMelhores Efeitos Visuais. Rhythm & Hues, empresa responsável pelos efeitos visuais, demitiu cerca de 250 funcionários algumas semanas antes da cerimônia. Ao aceitar o prêmio, o supervisor de efeitos virtuais Bill Westenhofer fez um discurso onde começou a falar em um protesto que estava acontecendo do lado de fora do teatro. Suas palavras foram eventualmente abafada e o o microfone foi cortado. O protesto, chamado Um pedaço do Pi que teve mais de 400 manifestantes(Um número, assim como Pi, de certa forma pequeno, visto que 250 foram só os demitidos) e foi em resposta ao que tem sido um triste estado de coisas para a indústria de efeitos virtuais em os EUA recentemente.

A realidade é que os Efeitos visuais são de suma importância para os filmes, porém existe uma grande dificuldade em o empregador entender que apesar das “obras” produzidas em computadores serem digitais, o valor é real(ou Dólar). 
Os efeitos são responsaveis por dar vidas e expressões a seres ficticios, geram ambientes imaginários(Como o Brasil sem violência) e até reproduzem ambientes reais com perfeição. São capazes de reproduzirem cenas de destruições, conseguem fazer o homem voar, conviver com tigre por um longo espaço de tempo, ir para o mundo das maravilhas, ser o homem de ferro, entre outras possibilidades.

Abaixo, segue algumas imagens que representam o tamanho da importância dos Efeitos Visuais em grandes filmes dos últimos anos, como: Homem de Ferro, Os vingadores, Piratas do Caribe, As aventuras de Pi e Crepúsculo. 


O cinema não seria o mesmo sem a presença dos habilidosos profissonais desse mundo verde, onde a imaginação e a habilidade transformam um ator em um herói, em um animal ou até no Smigol.

E você leitor? Qual é a sua opinião sobre esse mercado fantástico movido por protestos? 
Deixe sua opinião nos comentários.



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And the Oscars goes to… Confira os favoritos!

O Oscar (Academy Awards) é a maior festa do cinema americano e acontecerá domingo dia 24 de fevereiro no Kodak Theatre na Califórnia. A festa sempre encerra a temporada de premiações de começo de ano, e as cerimônias anteriores (Globo de Ouro, Screen Actors Guild Awards, Bafta e os prêmios dos sindicatos) servem como termômetros para o grande dia ditando os favoritos e as possíveis surpresas. Conhecido pelo seu conservadorismo, a academia raramente surpreende. Esse ano, Lincoln lidera com 12 categorias, seguido de As aventuras de Pi com 11 indicações, Os miseráveis com 8 e Argo com 7 indicações. Lincoln teve seu favoritismo perdido após a sua estreia e Argo pode ser o grande vencedor da noite. Vamos aos indicados das principais categorias.


(Clique nas imagens para aumentá-las)

Em melhor filme, o grande favorito é Argo, de Ben Affleck. Após sua vitória como melhor diretor no Globo de ouro, Critics Choice, Sindicato de Diretores e Bafta, levar a estatueta de melhor filme para casa não será surpresa, já que ele não recebeu a indicação de melhor diretor.

Longe de vencer melhor filme, Lincoln (dirigido por Spielberg) provavelmente sairá da noite com os prêmios de melhor ator para o brilhante Daniel Day-Lewis e o de melhor ator coadjuvante para Tommy Lee Jones. Não seria muito surpreendente se a ala conservadora da academia escolhesse Spielberg como melhor diretor, apesar de seu filme ter ficado muito aquém das expectativas.

Ang Lee foi muito bem sucedido com As aventuras de Pi, adaptação de um livro filosófico considerado “infilmável”. Mas o filme não foi devidamente valorizado nas últimas premiações, não levou melhor filme nem melhor diretor, é possível que isso se repita na noite do dia 24.


Amour, filme austríaco muito comovente sobre um casal de velhinhos, foi dirigido por Michael Haneke, um dos favoritos para melhor diretor. Quase certo levar melhor filme estrangeiro para casa, o que reduz suas chances de ganhar melhor filme. Emmanuelle Riva, de 86 anos, é uma forte candidata para melhor atriz, pessoalmente a minha favorita para a categoria.

 

Com 4 indicações de atuação, O lado bom da vida, de David O. Russel, não é o tipo de longa que a academia costuma premiar como melhor filme.  É possível que seja entregue o prêmio de melhor atriz à talentosa Jennifer Lawrence, de 22 anos, como reconhecimento, mas principalmente como incentivo.

Benh Zeitlin é o diretor mais jovem na disputa, e por esse motivo é o mais improvável de ganhar, tanto nas categorias de melhor filme quanto de melhor diretor. A protagonista de seu longa, Indomável Sonhadora, é Quvenzhané Wallis, de apenas 10 anos e a mais jovem atriz a receber a indicação de melhor atriz.




Os miseráveis provavelmente levará melhor atriz coadjuvante para Anne Hathaway e canção original por Suddenly. Django Livre, de Tarantino, tem grandes chances de levar melhor roteiro, e só. A hora mais escura, de  Kathryn Bigelow, pode sair de mãos vazias na noite.

A transmissão completa do Oscar (tapete vermelho e entrega de prêmios) no Brasil será feita pela TNT, enquanto a Globo transmitirá apenas a premiação e o canal E! somente o tapete vermelho. Até lá, fazer um bolão com os amigos não é má ideia, ainda mais agora que você já sabe quem são os favoritos.

Os cartazes que ilustram o post foram encomendados a nove artistas plásticos pela academia e ficarão expostos na exposição For Your Consideration, na Galeria 1988, em LA.

Para ver a lista completa dos indicados, visite o site oficial, onde também é possível fazer suas apostas e convidar amigos pra o bolão: http://oscar.go.com

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Minna Miná

Estudante de Comunicação em Mídias Digitais na UFPB e ilustradora, publico meus trabalhos na internet desde 2008 e encontrei no meio uma forma de obter retorno e conhecer novos artistas. Adoro filmes, leio sobre filmes, faço resenhas sobre filmes aqui no blog e nas horas vagas, adivinhem só, amo ir ao cinema.

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The Pirate Bay: AFK

Um início de ano agitado acerca dos sites de compartilhamento de dados. Após a tão aguardada volta de Kim Dotcom (megaupload) com o Mega no final de janeiro, é a vez do Pirate Bay lançar seu documentário, sobre a briga judicial contra a indústria cinematográfica. Hollywood pediu cerca de 13 milhões de dólares por quebra de direitos autorais.
No documentário, Gottfrid Svartholm, Peter Sunde e Fredrik Neij enfrentam as acusações enquanto tentam fazer com que o Pirate Bay (maior site de compartilhamento de torrents) não deixe na mão seus mais de 25 milhões de usuários. spoiler alert Eles foram condenados a um ano de reclusão e uma multa de algo entre 3 e 4 milhões de dólares.

February 8th: TPB AFK WORLD PREMIERE from TPB AFK: The Pirate Bay Doc on Vimeo.


Em menos de uma semana no ar o documentário já teve mais de um milhão de visualizações só no Youtube. O filme está sendo distribuído de forma aberta obviamente, mas aos simpatizantes que queiram contribuir com o projeto, é possível fazer doações online, a partir de 10 dólares e pedir cópias físicas do documentário, que saem por 23 dólares cada. 

Bem, Indústria X Pirataria sempre dá muito pano pra manga, mas as conclusões acerca dessa questão vão sempre ao encontro das crenças de cada um. O documentário tem duração de 85min. O site oficial do projeto pode ser acessado através deste link.
Aos amantes do TPB e/ou curiosos no assunto, esse é um documentário que vale ser assistido.



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Crítica – Os miseráveis

Les Miserables
Reino Unido – 158 min. Musical.

Direção: Tom Hooper Roteiro: William Nicholson Elenco: Hugh Jackman, Russell Crowe, Anne Hathaway,Amanda Seyfried, Sacha Baron Cohen, Helena Bonham Carter, Eddie Redmayne, Aaron Tveit, Samantha Barks, Daniel Huttlestone

Os miseráveis, adaptação do musical britânico de 1980 conhecido informalmente como Les Mis, chegou essa última sexta-feira aos cinemas brasileiros provocando as mais diversas opiniões. A obra original, escrita ao longo de trinta anos pelo francês Victor Hugo, foi lançada em 1862 e foi um sucesso imediato, não só na França, mas em toda a Europa. Após muitas adaptações, algumas delas diretamente do romance original, o cinesta inglês Tom Hopper resolveu levar para as telas um dos musicais mais conhecidos do mundo. O resultado foi um grandioso espetáculo visual marcado por atuações brilhantes e comoventes. O filme peca em alguns aspectos e alguns atores deixam a desejar, mas é impossível não se comover com a história de Jean Valjean (Hugh Jackman) e não sair cantando das salas de cinema.

Após roubar um pedaço de pão para alimentar seu sobrinho, Jean Valjean (Hugh Jackman) passa 19 anos preso e condenado a serviços pesados sob o olhar atento do oficial de convicções rígidas Javert (Russel Crowe). Ao receber liberdade condicional, Valjean rasga seus documentos e decide recomeçar sua vida e, após anos em exílio, retorna como figura amada pela população. Decidido a perseguir tal criminoso, o oficial Javert reaparece inúmeras vezes como uma assombração na vida de Jean. Destinado à essa vida de fugas, Jean vê em Cosette (Isabelle Allen/Amanda Seyfried), filha da Fantine (Anne Hathaway), uma chance de ser feliz. Tudo isso no país que lutou pela liberdade e que agora luta por pão, como diz o jovem Gavroche (Daniel Huttlestone) na canção “Look Down”, uma das melhores do filme.

 Tom Hopper (O Discurso do Rei, 2010) ainda que ótimo quanto à direção de atores, deixa a desejar em alguns momentos. Utilizando dos mesmos recursos de fotografia que em seu longa anterior: close-ups, grandes-oculares excessivas, e personagens enquadrados nas laterais, os truques parecem funcionar em algumas situações ao retratar a solidão e o deslocamento do personagem, em outras se torna mais um capricho que não condiz com a cena. Os grandes destaques são mesmo o conjunto de atuações, a caprichosa direção de arte e figurino que fazem os olhos saltarem na tela com cenários gigantescos e inúmeros figurantes que dão uma ideia de teatro épico.

O diretor foi feliz ao captar as vozes dos atores ao vivo nos sets de filmagens e não meses antes em um estúdio, conseguindo extrair um melhor desempenho dos atores. Com destaque para a incrível Anne Hathaway e para o Hugh Jackman, ambos provavelmente em seus melhores desempenhos na carreira. É visível o empenho do Jackman em seu papel, seja em cenas em que suas veias saltam da testa ao cantar ou onde seus olhos estão vermelhos e ressecados de verdade devidos a sua dieta maluca de 36 horas sem água em busca de um aspecto mais realista. A Anne é simplesmente incrível interpretando a Fantine, mulher que se vê no fundo do poço, ao vender seus dentes, cabelos e seu corpo para sustentar a filha. O ponto alto de sua interpretação é ao cantar a conhecida “I dremead a dream”, em uma cena emocionante composta quase que completa por close ups e com pouquíssimos cortes, é evidente a completa entrega da atriz ao personagem.

Quem realmente desaponta é Russel Crowe que parece ter problemas pra alcançar algumas notas e acabar por compor um personagem sem sal, ficando muito atrás do restante do elenco. Sacha Baron Cohen, apesar de ainda trazer traços de Borat, e a Helena Boham Carter, ainda parecendo ter saído de um filme de Tim Burton, constituem um comic relief para o filme, como casal trambiqueiro dono de uma estalagem, mesmo que destoando um pouco do tom geral.
Com grande parte do filme cantado (apenas algumas palavras são faladas), o musical de quase três horas de duração pode afastar alguns espectadores e ainda dividir opiniões, afinal ou você ama ou odeia musicais. Pode parecer ridículo, mas se você se entregar as incríveis atuações potencializadas pelas músicas grandiosas e se deixar levar pela situação dos personagens, o filme não parecerá longo, ao contrário, será prazeroso de assistir. Além do mais, o filme consegue passar o peso das questões sociais e até espirituais levantadas por Victor Hugo através de canções, de um ótimo elenco e de cenários grandiosos. Essa é a melhor parte. 

Já estou torcendo pela Anne no Oscar, e vocês o que acham?

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Minna Miná

Estudante de Comunicação em Mídias Digitais na UFPB e ilustradora, publico meus trabalhos na internet desde 2008 e encontrei no meio uma forma de obter retorno e conhecer novos artistas. Adoro filmes, leio sobre filmes, faço resenhas sobre filmes aqui no blog e nas horas vagas, adivinhem só, amo ir ao cinema.