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A Trilogia do Sangue e do Sorvete

O diretor é Edgar Wright, o mesmo de Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010). Os protagonistas, Simon Pegg (Star Trek – Além da Escuridão) e Nick Frost (Os Piratas do Rock). Os coadjuvantes, nomes da comédia britânica: Martin Freeman, Dylan Mooran, Lucy Davis e Bill Nighy. Produção britânica, muito humor satírico e referências à cultura pop. A sequência: Todo Mundo Quase Morto (2004), Chumbo Grosso (2007) eThe World’s End (2013). Ou melhor, a trilogia Cornetto de três sabores!


Todo Mundo Quase Morto, Chumbo Grosso e The World’s End, da esquerda para a direita.

Antes de tudo, queridos leitores, aqui vai um pedido. Não se deixem levar pela má tradução dos títulos e, por favor, não subestimem a qualidade e humor da sequência pelo uso da palavra “paródia” – que infelizmente lembra filmes de humor barato como Todo Mundo em Pânico e Deu a Louca em Hollywood. Dito isso, vamos ao que importa. 

Cada longa é associado à um sabor de Cornetto diferente – em cada filme há cenas em que os protagonistas compram o sorvete. Sendo assim três sabores diferentes de sorvete (vermelho, branco e verde) para três filmes de gêneros diferentes (zumbi, policial e sci-fi). Os filmes também não constituem uma continuação, mas são considerados uma trilogia por possuírem o mesmo elenco, produção e paródia como temática central. 

Os dois primeiros filmes foram muito bem recebidos pela crítica e público e acabaram sendo reconhecidos como cult e virando sensação na internet. Os filmes totalizam 36 indicações (sendo 20 vitórias), rendeu a Edgar Wright a direção de Scott Pilgrim e tornou Simon Pegg conhecido fora do Reino UnidoOs filmes contém a  direção intuitiva e cortes que causam um grande impacto visual característicos do diretor, são leves, divertidos e inteligentes. O terceiro, The World’s End, estreou no Reino Unido essa sexta-feira, dia 19. E aqui no Brasil, apenas em Outubro.


Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso, da esquerda para a direita.

O primeiro, Todo Mundo Quase Morto (Shaun of The Dead, título original), parodia os filmes de zumbi, beira a comédia romântica com um quê de crítica social, é surpreendentemente diferente e inesperado a cada instante. Tem muito sangue e decapitações, mas é impossível -e isso vai soar estranho- parar de rir. Abaixo, o trailer.




O segundo, Chumbo Grosso(ou Hot Fuzz) faz referência aos longas de ação policial. Funciona como comédia, mas possui o compasso de filmes de ação. Apesar das muitas reviravoltas, não falta energia em momento algum, não perde o ritmo do começo ao fim. E é tão engraçado quanto o primeiro. Confira o trailer:


The World’s End encerra a trilogia com novos nomes no elenco: Ed Marsan, Rosamund Pike e Martin Freeman que, apesar das pequenas participações nos episódios anteriores, pode ter sido escalado como protagonista dessa vez devido ao sucesso como Hobbit e o Watson na série britânica Sherlock. Estréia dia 25 de Outubro aqui no Brasil.

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Análise do “Antes Que Tu Conte Outra”, novo disco de inéditas do Apanhador Só.

Capa de “Antes Que Tu Conte Outra” (2013)

Os gaúchos do Apanhador Só lançaram recentemente seu segundo álbum de canções inéditas, intitulado “Antes Que Tu Conte Outra”, e eu, como fã e blogueiro, não poderia deixar de expor minhas impressões sobre esse aguardado disco. Vale ressaltar que a banda gravou o disco graças a contribuição dos fãs, que, juntos, por meio de crowdfunding organizado pela banda no site Catarse conseguiu arrecadar R$ 55 Mil.

Pra quem não conhece, o Apanhador Só é formado por Alexandre Kumpinski, Felipe Zancanaro, Fernão Agra e Martin Estevez, Lançou o primeiro álbum – que levou o nome da banda – em 2010, mas a estréia foi em 2006, com o EP “Embrulho pra Levar”. 


Após a repercussão positiva do primeiro álbum, a banda produziu o criativo “Acústico-Sucateiro” em 2011. O repertório era basicamente o mesmo do primeiro disco, porém, era tocado com instrumentos acústicos e “sucatas”, como talheres, raladores de queijo e gaiolas. Não bastasse tal ousadia, a banda ainda lançou o disco em fita-cassete.


Em 2012 a banda lançou o EP “Paraquedas”, com duas músicas inéditas. E, por fim, chegamos ao “Antes Que Tu Conte Outra”. Agora, vamos ao que interessa!


O novo disco pode decepcionar um pouco os fãs da banda que esperavam um álbum muito similar ao primeiro. Segundo os próprios músicos, esse novo disco é mais “transgressivo”. Mas também engana-se que acha que o álbum é ruim. Pelo contrário: sentimos um som com mais pegada, mais guitarras, letras mais ousadas e coros para cantar em voz alta.

Contra-capa do disco.


A banda não renega suas experiências e adiciona “sucatas” na faixa 9, “Nado”. Podemos ouvir nesta canção curiosos sons de sineta, carrinho de mão, interferência de celular, campainha, freada de bicicleta, fósforo acendendo e chaleira com água, entre outros.

Os caras não se intimidaram e ousaram também na letra da faixa 5, “Líquido Preto”, que começa com os versos “pau no c* de quem não quer / dividir esse refri com a minha mulher /que não consegue beber uma garrafa inteira sozinha / e quer evitar o desperdício desse líquido preto / preto e docinho /docinho e cheio/ 
cheio de gás”. Em seguida, a letra descontrai: “que é uma delícia / te deixa gorda / ninguém sabe a fórmula / mas tem muito sódio/ e cura a ressaca”. Essa canção começa com uma levadinha romântica, mas cresce muito e pra mim é uma das melhores do álbum. Algumas sucatas também estão nessa música.

“Torcicolo”, faixa 8 do disco, já era conhecida dos fãs mas ganhou uma melodia bem mais acelerada e pegada durante quase toda a canção. Merece destaque esta nova leitura que conseguiu deixar a música ainda melhor. Por acaso, já sabem que refri é esse ?


A primeira música de trabalho do disco é “Despirocar”, faixa 4 do álbum, que traz um som bem diferente do qual estamos habituados a ouvir. O clipe oficial já foi lançado e está abaixo:

Uma das músicas mais fortes do disco é a faixa 6, “Não Se Precipite”, que apresenta várias nuances: ora suave com voz e violão, ora pesada com uma potente bateria e riffs marcantes. A letra é um espetáculo à parte: “Então me conta o que incomoda / que eu te conto o que incomoda / e assim, desse jeito, vamo acertar / a rima, a métrica, a lógica, a tônica / o alvo, o compasso, a cadência harmônica / entre nós, entre eu e tu, entre nós / entre eu e tu e nós”.


O disco encerra com “Cartão-Postal”, uma música com um som muito característico do primeiro álbum, que lembra muito a música “Bem-Me-Leve”, uma das mais conhecidas da banda. Nesta faixa, além do suave violão, temos ainda Ukulele e Escaleta, que dão o clima da faixa. Até a letra lembra, bem de longe, a canção do primeiro disco: “Comprei uma asa-delta pra tentar um vôo / tentei, não consegui, mas vou tentar de novo / problema é que não sei como subir no morro / e é preciso tá no alto pra se atirar / não achei nenhum caminho, mas (tá escrito) eu vou tentar de novo “. Para refrescar a memória, a letra de “Bem-Me-Leve” dizia “eu queria ser um avião bem leve / pra sobrevoar o teu terraço / e tapar teu sol / fazer tu perceber / que sem eu aí não tem / ninguém pra te aquecer”.


Completam o disco as mais “transgressivas” “Mordido”, “Lá em Casa Tá Pegando Fogo”, “Rota” e “Reinação”, além das “menos transgressivas” “Vitta, Ian, Cassales” e “Por Trás”, totalizando assim, 12 canções.

Vocês podem ouvir todas as músicas abaixo:

Quem quiser fazer o download do álbum e/ou dos outros discos da banca, eles podem ser baixados gratuitamente no site da banda.

Junto com as músicas, vem todo o material da gráfico da banda, que, diga-se de passagem, é muito bonito e bem feito.

O que temos em “Antes Que Tu Conte Outra”, é uma banda que amadureceu musicalmente, que soube usar de recursos que deram certo ao mesmo tempo em que fizeram novas apostas. Vale a pena o download! Recomendadíssimo!

O que vocês acharam?? Comentem!

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Rennam Virginio

Nascido em Guarabira/PB, é graduando em Mídias Digitais pela Universidade Federal da Paraíba e um dos fundadores do MidiaDrops. Como pesquisador da Iniciação Científica, já estudou sobre webjornalismo e atualmente se dedica à pesquisa acadêmica e à produção de livros digitais. Nas (poucas) horas vagas gosta de ler e praticar a arte violeira.

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Criatividade Design

Keep calm Neil Kristian

O Deviant Art é sem dúvidas uma ótima plataforma de se passar o tempo, seja pesquisando e procurando inspirações, seja vendo coisas aleatórias dos usuários. E nessa garimpada que semanalmente dou por lá encontrei com um “Artista Profissional” (como ele mesmo se auto-intitula) chamado Neil Kristian.
E no meio de alguns trabalhos dele, encontrei algo interessante que, até pouco tempo atrás, dominava toda e qualquer coisa que você via na internet: KEEP CALM! (Não que eu realmente ache isso interessante, mas no contexto vocês entenderão). E Neil resolveu misturar alguns heróis da Marvel com essa temática minimalista do Keep Calm.

Abaixo, vocês poderão conferir alguns destes trabalhos:

E aí galera, será que vocês saberiam dizer quem é quem nestes posters? Tá fácil vai 😉

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Rafael Godoy

Graduado em Relações Públicas pela UFPB. Atualmente, sou Pós-Graduando em Criação Multimídia pela Faculdade Estácio / iDez (João Pessoa/PB). Trabalho como Designer Gráfico desde 2004. Aqui você me verá escrever sobre Design e sobre Games, mas não se surpreenda se encontrar outros temas. Aliás, muito prazer. Este sou eu.

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Variedades

Studio Swine – sustentabilidade e arte

O estúdio é londrino, mas suas produções vão além da terra da rainha. O projeto Can City foi aplicado em São Paulo, e consiste em reciclar latinhas de refrigerante, cerveja, etc. Mas de que forma?
O projeto é totalmente móvel, podendo ser facilmente transportado de um lugar para o outro. É usada uma técnica simples de derretimento do alumínio das latas, óleo de fritura usado, moldes de areia e é claro, muita criatividade.

São feitas diversas peças com o resultado final, como bancos, e outros artigos decorativos. Aqui no Brasil o projeto teve apoio da gigante Heineken. O melhor é que a a maioria dos projetos são Open source, ou seja eles disponibilizam todo o projeto de graça, estimulando ainda mais a sustentabilidade.

Existem outros projetos semelhantes, como o “Sea Chair” que transforma todo o material plástico que é pego nas redes em bancos bem estilosos.

Vale a pena dá uma olhada no site dos caras: Studio Swine

 Legal ver essas iniciativas, da até uma sensação de “fé restaurada” não acham? Haha.

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Maurício Júnior

Costumo dizer que sou ‘inveterado’ nas internets, pois desde os 4 anos de idade já sentava o dedo no IDDQD no DOOM. Curto games, vídeos, design, blogs, filmes e fotografia. Atualmente curso Comunicação em Mídias Digitais, na UFPB e faço alguns trampos de Design nas horas vagas. É mais ou menos o que você vai descobrir ao perguntar por mim, vai por mim.

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Surreal

                 É comum alguém esbarrar numa ideia e executá-la impulsivamente. Bons projetos surgem assim. Mas quando a ideia é nem um pouco harmônica com a realidade, beira a loucura e, mesmo assim, é posta em prática…Uns a acharão insana, outros darão apoio. Só resta ao visionário discernir quem ouvir: o exterior ou sua própria mente. “O Abrigo (Take Shelter)” coloca não só as personagens numa avalanche de tensões, como também o dono dos olhos que o assistem.              
A vida de Curtis é simples, sem grandes arranjos e admirada pela vizinhança da pequena cidade onde vive. Casado com Samantha, uma dona de casa clássica, e bem empregado, apesar dos tempos de crise financeira, sua única dificuldade é educar a filha Hannah. Mas tudo começa a mudar quando Curtis passa a ter pesadelos, que mudam seu comportamento e o levam a investir no abrigo de tempestade no quintal de casa. Além dos estranhos pesadelos, surgem alucinações geradoras de uma preocupação: ele teme ter o mesmo problema psicológico de sua mãe. O problema é se os pesadelos são visões do futuro ou pura loucura de uma mente perturbada.              
Escrito e dirigido por Jeff Nichols, o filme flui sobre essa dúvida e exalta a simplicidade com planos de tirar o fôlego – muita grama verde e céu azul, sem contar o som do vento nas árvores sob efeito também da trilha sonora, elevando a cena até um clima de que algo ruim está para acontecer; cenas de tensão presentes do começo ao fim. E como você fica? Apreensivo do começo ao fim! É belíssimo apreciar o voo dos pássaros, os raios dançando na escuridão; impressionante como uma produção tão simples pode ser tão impactante.                Para Curtis, os pesadelos não são meros efeitos do sono; há neles uma sensação de verdade defendida e temida por ele. Notícias trágicas também contribuem para aumentar a preocupação sobre uma sonhada tempestade. E, assim, ele trama planos, escondidos da esposa, para o abrigo, o lugar onde ficará seguro, e, em paralelo, vai ao psicólogo, pretendendo tratar seu possível problema mental. Michael Shannon realiza uma atuação louvável – a cena dele abrindo a porta do abrigo, o contraste, a luz, a postura… Um trabalho maravilhoso. Jessica Chastain faz mais uma vez uma ótima performance e vai ganhando destaque gradativamente – linda!            
 É estranho refletir o quão louca a pessoa pode parecer em determinadas situações. Na trama há uma leve lembrança de “Cisne Negro” – tive um choque semelhante ao ver Natalie Portman bailarina -,  mas aqui os conflitos, as circunstâncias são diferentes, claro. “O Abrigo” ondula entre ser mais um drama e uma obra com contornos fictícios. O final é fascinante, de deixar boquiaberto. Corra para o seu abrigo para apreciar este.

Postagem via muitoalemdofim